quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Das esquisitices...

Tenho como hábito, ir dormir por volta da uma hora da madrugada.
Às vezes um pouco antes, às vezes um pouco depois, mas na média é isso mesmo.
Acordo pontualmente às seis e trinta da manhã. Isso significa que permaneço acordado, mais ou menos, cerca de 17 horas por dia. Dessas 17, acredito que durante uns 80% - ou o equivalente a 13 horas e seis minutos - eu penso em sexo, ou em suas adjacências.

Às vezes acho que isso não é normal. Mas...

Certa vez, uma amiga me confidenciou que tem a mania de tentar visualizar todo mundo pelado, e de ficar imaginando as pessoas com as quais conversa, fazendo sexo.
Falei pra ela que nunca mais a levaria para visitar minha avó.
Nem ninguém mais da minha família.
E passei a escolher a cueca com mais atenção nos dias em que pudesse encontrá-la.
Essa amiga uma vez me pediu pra transar com um mamão, e depois lhe contar como foi.
Vivia lamentando-se que sua frustração maior é não ter nascido homem, e por isso não poder trepar com um mamão.

Um ex-colega de faculdade comentava, até com as professoras, que conseguia rijas e sólidas ereções só com o balanço do andar de ônibus. Lembro que até perguntei se não era por causa de algumas alunas do curso de Direito, que voltavam no mesmo veículo, mas ele respondeu firme:

- "Não, cara... é o busão que me deixa fissurado. A mulherada ajuda, é claro; cada calcinha...
Mas o balanço do ônibus é foda...
"

No segundo grau, um colega de turma jogava viciadamente aquele Street Fighter, do SuperNes. Era um videogame que antecedeu o PlayStation; não vem ao caso agora.
O fato é que o rapazote só parava de jogar o troço pra tomar banho e pra dormir. Nem pra comer ele "dava Pause".
Só um tempo mais tarde fui descobrir o verdadeiro motivo de tamanha dedicação. Uma das personagens do joguinho, a Chun Li, usava uma minissaia indecente, bem acima das coxas. A cada golpe, a peça levantava e deixava aparecer generosas porções de megapixels da região das nádegas. Era o suficiente para o menino gastar bons momentos de sua vida masturbando-se perante a televisão.

Uma vizinha do prédio onde eu morava, quando solteiro ainda, comprou até binóculo. Tinha - e acho que ainda deve ter - uma tara em pessoas na janela. Sabia o horário do banho de cada um dos moradores do prédio.
Eram 75 apartamentos.
Desenvolveu uma agilidade assombrosa, desviando dos móveis para chegar a tempo de ver a adolescente do 301 e ainda voltar a tempo de ver o coroa do 703, cujo banheiro ficava nos fundos. Segundo ela, era como viver em um imenso Big Brother, porém com as pessoas bem mais perto, reais. E que tiram a roupa toda no banho...

-"Tu não sabe como me excita isso... tu não tem noção" - dizia ela, esbaforida.

E agora me diz: eu não sou normal só porque penso bastante em sexo?
Ou sou "freak" porque não escondo o que eu gosto?

Parece que, mais uma vez, o que importa - e não deveria - aqui, é o que os outros irão pensar.
Para ser considerado dentro dos padrões, é preciso gostar do mesmo que os outros, sentir o mesmo que os outros, como se fôssemos todos fabricados em série...

Triste, né...

2 comentários:

  1. De perto... ninguém é normal.
    todo mundo tem desejo que não conta nem pra si mesmo e segredos que não divide nem com o travesseiro...

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  2. E se dividisse, nem o travesseiro ia dividir mais a mesma cama, hehehe
    Mas eu dava um braço meu, pra navegar livremente dentro da mente de cada um, só pra conhecer um pouco das perversões...

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